15/03/11
rua
Via-te todos os dias pela manhã enquanto tomava o meu pequeno-almoço...
Levantava-me bem cedo, tomava um banho para acordar, cantava sozinho na banheira como uml ouco adolescente, vestia a minha roupa e tomava o meu leite com café e comia o meu pão com manteiga, que tu tanto gostavas, e via-te passar na minha rua. Passavas lá todos os dias, e muito curiosamente sempre à mesma hora, nem mais nem menos um minuto. Era sempre às 8:56h. Decorei até os mais ridiculos 6 segundos, porque sempre que passavas olhava para o relógio à espera que as horas passassem para te ver de novo.
Conhecia-te tão bem! E tu? Tu nem sabias que eu existia, mas naqueles dias não era isso que me preocupava. Passava, às vezes, por ti na rua e sentia que corava tanto. Espero que nunca tenhas reparado! Sentia-me feliz por saber que te veria todos os dias, a passar na minha rua.
Do 3º andar do meu prédio conseguia ver o que trazias vestido no teu corpo, como estavas penteada, o teu gloss brilhante cor-de-rosa (a tua cor preferida), conseguia ver a tua carteira e via o colar, uma pérola rosa, que te preenchia. Tinha sido a tua avó que te oferecera, naquela semana antes de "partir". Como tu gostavas dela! Era mesmo a tua melhor amiga!
Via tudo, eras o centro das minhas manhãs. Eras tu quem me preenchia, que me fazia falta, pois de companhia só tinha o meu canário cor-de-laranja, que me cantava toda a manhã.
Um dia não passaste na minha rua, àquela hora, e achei muito estranho, não que te controlasse, mas senti falta de te ver passar. Estavas doente? Problemas pessoais? Ou apenas passaste, estranhamente, uns minutos antes e não te ? Havia tantas perguntas na minha cabeça e tantas respostas que nem sabia o que escolher.
Deixei passar aquele dia, mas no dia seguinta aconteceu exactamente o mesmo, e eu já estava a ficar preocupado, quando nesse dia, quando voltei da minha universidade, fui ao correio e nem acreditava no que tinha lá (...)
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